Maior mercado asiático de flores transforma 'influencers' em estrelas

Comércio online representa agora mais da metade das vendas do setor. 'Streamer' Cai Cai vende flores em estúdio improvisado no mercado de flores de Dounan. Jade GAO/AFP Caixas de rosas, lilases e cravos se acumulam enquanto a influenciadora digital Caicai divulga ao vivo para milhares de internautas as melhores ofertas em um pequeno estúdio no maior mercado asiático de flores. O comércio eletrônico é enorme na China e os influenciadores digitais fazem fortunas promovendo produtos de marcas de luxo e cosméticos. Agora a indústria de horticultura da China, avaliada em US$ 25,1 bilhões, está entrando no negócio e os consumidores cada vez mais usam seus smartphones para comprar flores. O comércio online representa agora mais da metade das vendas do setor. "Cinco buquês por apenas 39,8 yuanes (US$ 6,25) para quem pedir agora mesmo", diz a jovem de 23 anos, uma oferta que repete oito horas por dia. Os lucros, porém, são imprevisíveis. "A venda de flores oscila nas temporadas altas e baixas, então os lucros de alguém que transmite ao vivo variam muito. O que posso dizer é que quanto mais você trabalha, mais sorte terá", explica enquanto seus colegas colocam os buquês em caixas para serem enviados. A demanda de flores cresceu na China depois que as condições de vida melhoraram. A província de Yunnan, no sul, é o epicentro do boom econômico graças ao seu clima moderado todo o ano. A capital provincial de Kunming tem o maior mercado de flores da Ásia e o segundo maior do mundo depois de Aalsmeer, na Holanda. Toda tarde começa um leilão de rosas em uma sala enorme, com mais de 600 compradores que obtêm a oferta do dia em suas telas. "Yunnan representa quase 80% da produção chinesa de flores e entre 70% e 80% das flores vendidas passam pela sala de leilões", informou o responsável de logística do mercado, Zhang Tao. "Isso representa em média mais de quatro milhões de flores vendidas por dia. Para o Dia dos Namorados chinês, vendemos 9,3 milhões em um dia", acrescentou. As flores são enviadas em 48 horas para todo o país. Vendedor arranja flores no mercado de Dounan, em Kunming, no sudoeste da China. Jade GAO/AFP No setor varejista do mercado, outra influenciadora, Bi Xixi, mostra flores e buquês para vender aos seus 60.000 seguidores online. Ela recebe uma comissão de 10% sobre o que vende e é otimista sobre o futuro do negócio. "As pessoas apreciam cada vez mais os rituais. As flores dão a elas uma sensação de felicidade e os jovens estão começando a comprar flores", comentou. Para o chefe de uma das maiores empresas do mercado, a Corporação de Flores Dounan, Qian Chongjun, o mercado está longe de ficar saturado. "Muitas famílias adotaram o hábito de comprar flores toda semana, acredito que um dia isso será uma necessidade vital, como o ar e a água", estimou Qian.

Maior mercado asiático de flores transforma 'influencers' em estrelas

Comércio online representa agora mais da metade das vendas do setor. 'Streamer' Cai Cai vende flores em estúdio improvisado no mercado de flores de Dounan. Jade GAO/AFP Caixas de rosas, lilases e cravos se acumulam enquanto a influenciadora digital Caicai divulga ao vivo para milhares de internautas as melhores ofertas em um pequeno estúdio no maior mercado asiático de flores. O comércio eletrônico é enorme na China e os influenciadores digitais fazem fortunas promovendo produtos de marcas de luxo e cosméticos. Agora a indústria de horticultura da China, avaliada em US$ 25,1 bilhões, está entrando no negócio e os consumidores cada vez mais usam seus smartphones para comprar flores. O comércio online representa agora mais da metade das vendas do setor. "Cinco buquês por apenas 39,8 yuanes (US$ 6,25) para quem pedir agora mesmo", diz a jovem de 23 anos, uma oferta que repete oito horas por dia. Os lucros, porém, são imprevisíveis. "A venda de flores oscila nas temporadas altas e baixas, então os lucros de alguém que transmite ao vivo variam muito. O que posso dizer é que quanto mais você trabalha, mais sorte terá", explica enquanto seus colegas colocam os buquês em caixas para serem enviados. A demanda de flores cresceu na China depois que as condições de vida melhoraram. A província de Yunnan, no sul, é o epicentro do boom econômico graças ao seu clima moderado todo o ano. A capital provincial de Kunming tem o maior mercado de flores da Ásia e o segundo maior do mundo depois de Aalsmeer, na Holanda. Toda tarde começa um leilão de rosas em uma sala enorme, com mais de 600 compradores que obtêm a oferta do dia em suas telas. "Yunnan representa quase 80% da produção chinesa de flores e entre 70% e 80% das flores vendidas passam pela sala de leilões", informou o responsável de logística do mercado, Zhang Tao. "Isso representa em média mais de quatro milhões de flores vendidas por dia. Para o Dia dos Namorados chinês, vendemos 9,3 milhões em um dia", acrescentou. As flores são enviadas em 48 horas para todo o país. Vendedor arranja flores no mercado de Dounan, em Kunming, no sudoeste da China. Jade GAO/AFP No setor varejista do mercado, outra influenciadora, Bi Xixi, mostra flores e buquês para vender aos seus 60.000 seguidores online. Ela recebe uma comissão de 10% sobre o que vende e é otimista sobre o futuro do negócio. "As pessoas apreciam cada vez mais os rituais. As flores dão a elas uma sensação de felicidade e os jovens estão começando a comprar flores", comentou. Para o chefe de uma das maiores empresas do mercado, a Corporação de Flores Dounan, Qian Chongjun, o mercado está longe de ficar saturado. "Muitas famílias adotaram o hábito de comprar flores toda semana, acredito que um dia isso será uma necessidade vital, como o ar e a água", estimou Qian.